Por mês cerca de 60 crianças e adolescentes participam do projeto Atendimento Escolar Hospitalar. Por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e o Hospital Regional São Paulo, os pacientes da pediatria recebem atendimento especializado de uma pedagoga no período em que permanecem hospitalizados. O projeto que iniciou em 1992 tem o objetivo de dar continuidade aos estudos no período em que o aluno fica distante da escola.
A pedagoga Marilda das Chagas trabalha há sete anos com o projeto e conta que são trabalhadas as atividades de acordo com a série de cada aluno que utiliza o serviço. “É um momento importante, pois faz com que eles não fiquem com o conteúdo escolar atrasado e não percam o vínculo com a Escola. É ainda uma oportunidade de proporcionar atividades diferentes. Muitos ficam por vários dias aqui e o projeto ocupa o dia das crianças internadas”, explica.
Os atendimentos acontecem em uma sala especial que conta com materiais didáticos, lúdicos e computadores fornecidos pelo Estado. Pelo menos uma vez pela manhã e outra a tarde as crianças e adolescentes entram em contato com o conhecimento através do projeto.
Conforme Marilda, os pacientes que não podem se deslocar até a sala especializada, recebem o atendimento no próprio leito. Além do estudo, também são realizadas atividades lúdicas como jogos e leitura. A pedagoga comenta que as mães têm papel fundamental e incentivam os filhos a participar das atividades. “Elas colaboram e incentivam as crianças e os adolescentes. Isso é muito importante para a realização do trabalho”.
Rita de Cássia da Silva é mãe do pequeno Davi da Silva. Ele tem quatro anos, está hospitalizado há oito dias e já conhece o caminho da sala. Conforme a mãe, Davi deve permanecer no Hospital por 21 dias e o projeto está ajudando neste período. “ É muito bom pois ele se diverte. Ele prefere ficar aqui do que no quarto. Parece que está na Escola. Está brincando, aprendendo e está feliz. A professora lê historinhas pra ele, jogos”, diz a mãe.
A importância da rotina
A psicóloga do Hospital Regional São Paulo, Eliandra Solivo, destaca que a preservação da rotina das crianças é importante. “Da mesma forma que elas estão fazendo o tratamento, elas também vão continuar estudando, aprendendo e desenvolvendo as suas atividades”, conta.
Por meio do projeto, o estresse e a ansiedade são fatores que podem ser amenizados na medida em que a criança começa a se ocupar, se envolver e consegue fazer com que o ambiente hospitalar se torne familiar.
Para os adultos
Não são apenas as crianças e os adolescentes que são beneficiados com o projeto. Mesmo os adultos, conseguem de alguma forma usufruir da sala especializada. Eliandra conta que os recursos das salas também são utilizados para controlar a rotina dos pacientes. “O adulto que fica, por exemplo, 20 dias hospitalizado, muitas vezes sem saber direito se é dia, se é noite, ou que horário que é, quando ele retoma a sua rotina, ele vai sentindo a necessidade de se ocupar”, explica. Jogos, atividades didáticas e leituras ocupam o tempo dos pacientes e auxiliam na melhora. |