“Sou feliz na profissão, porque consigo passar a paixão pela Biologia para os alunos, despertando-lhes curiosidades e acima de tudo atenção”, diz Andréia Bressan, professora.
A formação de um bom educador vai além das salas de aula e da dinâmica clássica de uma faculdade de licenciatura. Vai além do calendário de provas e do currículo escolar. Vai muito além do dia-a-dia das salas de aula.
Com esta descrição podemos apresentar Andréia Bressan. Professora e amiga dos alunos, ela é um exemplo de que as raízes e inspirações de um mestre são muito mais profundas do que simples “decorebas” e acomodações com estruturas disciplinares pré-programadas.
Natural de Presidente Getúlio e criada em Dona Emma, duas pequenas cidades do Vale do Itajaí focadas na agricultura e pecuária, Andréia adquiriu desde cedo o gosto pelo meio ambiente e, já na infância foi incentivada pelo pai, que hoje considera seu maior mestre e doutor em Biologia. “Colono, agricultor, e, só com a quarta série primária, ele me ensina assuntos relacionados à Biologia até hoje. E, como todo professor rigoroso, e tradicional, me repreende severamente quando conversamos sobre os assuntos em que dou respostas incompletas” comentou Andréia.
Este interesse pela natureza só fez crescer, com o passar dos anos, a curiosidade pela ciência e finalmente a vontade de, assim como seu pai fez, repassar os conhecimentos adquiridos no campo para outras jovens mentes. Mas desta vez não na lavoura ou espaço familiar, e sim nas salas de aula.
Com 26 anos dedicados à educação, sendo 21 deles totalmente ao ensino da Biologia, a professora Andréia Bressan, é um exemplo de sucesso em abordagens pedagógicas diferenciadas que ultrapassam o círculo da EEB Gertrud Aichinger, de Ibirama.
Famosa entre os estudantes, as aulas da professora são marcadas por dinâmicas e dramatizações. Os alunos dizem que a aula se desenrola como um “teatro ensaiado”, de um jeito fluido e sem cortes, com exemplos do cotidiano, para prender a atenção e mostrar cumplicidade com o seu universo. Partindo assim, já com os alunos fisgados, para temas mais complexos dentro das matérias abordadas.
Um dos pontos chave para essa cumplicidade entre a professora e os alunos é a “entrega”. “Às vezes penso que entro em uma célula, e sinto realmente como se estivesse lá. Certa vez eu explicava um tema, que envolvia pressão arterial, e incrivelmente a minha pressão arterial chegou a se desestabilizar, me senti mal, foi impressionante”, exemplificou Andréia.
Com esta paixão pela licenciatura, pela Biologia e pelos alunos, a professora, junto com um total apoio da direção da escola, tem disseminado este exemplo de ensinar para outros professores e alunos. Foi com a experiência e o passar dos anos “que fui me aprofundando no conteúdo e conseguir dramatizá-los”, conclui. |