O projeto Esporte Escolar, do Instituto Estadual de Educação (IEE), realiza, uma vez por ano, em parceria com a UDESC e a Fundação Municipal de Esportes, aulas de iniciação e aperfeiçoamento de ginástica rítmica, para professores de educação física e alunas de escolas de Florianópolis. Atualmente, cerca de 50 alunas participam do projeto e aprendem sobre o esporte com renomadas treinadoras da Bulgária, que é o berço da modalidade desportiva.
Este ano, as técnicas Giurka Takova Nedialkova e Marina Pauilova, que fizeram parte da seleção búlgara na época do socialismo, estão no Brasil para a formação dos estudantes e professores. Marina, falando em inglês, revelou estar surpresa com o talento e a motivação das meninas brasileiras. “Por incrível que pareça, creio que a experiência tem sido melhor para mim do que para as alunas”, disse. As técnicas búlgaras ficarão no Brasil até o dia 9 de março.
As alunas que se destacam no esporte são designadas para competir pela Associação Desportiva do IEE (ADIEE), e algumas já chegaram até a fazer parte da Seleção Brasileira. Para o diretor do IEE, Vendelin Borgueson, a influência búlgara neste esporte é extremamente benéfica. “É uma ótima oportunidade para o aperfeiçoamento de professores e alunos brasileiros, que têm muito a aprender com estas profissionais estrangeiras”, destacou.
A atleta Gabriela Nunes, de 14 anos, que compete pelo IEE, já teve experiências na Bulgária e nota melhora em sua prática da ginástica depois do contato com as treinadoras estrangeiras. “Com elas, aprendemos novas séries e movimentos, além de outros manejos em aparelhos”, contou Gabriela. Ressalta que não pretende se profissionalizar devido à falta de reconhecimento do esporte no Brasil. “Gosto muito do que faço e sempre vou-me esforçar ao máximo enquanto estiver competindo, mas quando chegar a hora de escolher a minha profissão, não penso na ginástica rítmica”, afirma.
A professora de Educação Física da UDESC e coordenadora do projeto, Maria Helena Kraeski, mostra-se grata à atenção que a treinadora Giurka Nedialkova dá ao esporte no Brasil. “Há um bom tempo, a Giurka tem monitorado o nosso trabalho e já levou atletas nossas à Bulgária para aprenderem novas técnicas. Sempre que for possível, proporcionaremos a vinda delas ao Brasil”, afirmou Maria Helena.
Giurka revela ainda sua preocupação no que diz respeito à estrutura e ao investimento direcionado à ginástica rítmica brasileira. Diz que em Florianópolis há necessidade de um ginásio próprio para o esporte, que ajudaria na questão do isolamento do som. “O talento brasileiro merece mais”, disse Giurka.
Por outro lado, explica que viu avanços no esporte e foi só elogios ao trabalho desenvolvido pelo IEE. “Se compararmos com a primeira vez em que estive aqui, o progresso é enorme. O que mais me chama a atenção é que o projeto se importa com a vida das atletas, e não só com suas habilidades para o esporte”, enfatizou. |